domingo, 23 de outubro de 2011

Sei lá, Tô meio sem sal!



Eu quero ser mimada, eu quero um dia o qual me sinta, me sinta bem, me sinta eu. Quero um dia, um dia apenas.  Um dia para ser importante no mundo dos insignificantes, quero saber o gosto de existir e viver por algumas horas essa realidade mentirosa. Um abraço, por favor? Será que posso comprar dois desse e uma dúzia desse tal de Sentimento? E o Amor quanto é que custa? O prazo de validade qual é mesmo?  Vocês vendem um bocado de Verdade? Será que posso parcelar? Ah é a vista?

Se não posso ter isso, então que seja de outro jeito, quero agir como uma imbecil e mandar todos calarem a boca, e gritar para os quatros cantos desse mundo quadrado o quanto todos são hipócritas, e que sei, porque sou também. Mas por hoje, ou talvez amanhã,  em um dia eu quero poder ser alguém sem sorrisos, sem agrados, quero não olhar na cara da Sra.  Biscate do meu serviço, quando me der “Bom Dia”, e dizer com muito orgulho “Vai a merd. Sra. Biscate”, nesse dia eu não vou respirar  duas vezes, eu não vou respirar,vou cuspir minhas palavras sufocadas, serei o instante e dane-se esses Sentimentos, dane-se o amanhã.
Qual é o preço de agir sem conseqüências Zé?

E que grande ironia, eu, justo eu que procurava meios e meios de me entorpecer... não sentir, e deixar de ser, agora que não sou, que não sinto, já não sirvo e não encaixo em mim mesma.

“Agora, me vê 1 Kg de Alguma coisa, porque agora Alguma coisa seria útil!”


domingo, 2 de outubro de 2011

O Homem Perfeito!!!



Inconformado ele está. Não consegue achar. A mulher, a diferente, aquela “A mais”, a inteligente, que sabe se valorizar. E todo dia eles se põe a lamentar. “Por quê? Porque vocês todas são iguais?”
E puxa o ar, solta o ar. Agora ele está bem, bem mais pra lá do que pra cá, mas ele está sozinho, e sozinho após puxar o ar, ele continua a se perguntar: “Por quê? Porque você todas são iguais?”

Ele procura as respostas em suas ervas medicinais, é assim que as chama. E nas noites agitadas, cercado por sua “gente culta”, as mais conservadoras, ele pega sua bala e com seu ar de bacana a põe na boca. “ Uowwww, mas que bala boa. É bala de que?” – ele pergunta. “Bala de felicidade Brother”. E agora, feliz momentaneamente, não há mais o que questionar. Traz o Chandon, que hoje vamos comemorar – ele diz. Uma taça a mais, nenhuma a menos. Chandon de que? – ele diz. Chandon de cana – responde o amigo. E as garrafas acabaram e as balas também, e junto com elas, a felicidade. E aí a questão volta: “Por quê? Porque você são iguais?”

Ele cultua as plantas, protege os animais, vivem em meio de pessoas cultas,   bom garoto é o seu nome do meio. Mas que horas são? Meio dia, ele acordou, vai para casa, é segunda-feira, não precisa trabalhar, ele tem rendas, rendas aplicadas na casa ao lado, seus pais moram lá.

E  mesmo assim, não consegue achar alguém equivalente. Que dó, ele só queria amar alguém que o merecesse. Mas não há alguém suficiente, nunca haverá. Homem distinto, sem defeitos, anseio de todas as mulheres.  Mas todas são iguais, humanas, fracas, erram – tisc tisc – e isso é inadmissível, e ditado dele: “ São suas ações que dizem quem você é”. Por isso eu digo e repito: “São suas ações que dizem quem você é” – O HOMEM PERFEITO (!)